quinta-feira, 16 de junho de 2011

Exclusão e Minorias


A tal da classe social

    Sempre que se fala em preconceito financeiro, se lembra da classe média baixa com menos oportunidades culturais e estudo limitado.
    Falar sobre o preconceito que o pobre sofre não choca mais a ninguém, mas experimentaremos um pouco fazer uma mescla no assunto, incluindo o preconceito sofrido pela classe média alta também.
    Todos já ouviram termos como “esse é playboy”, “é uma patricinha”, “é uma filhinha de papai”. A discriminação com o rico ainda é um tabu muito grande na sociedade, fazendo com que o assunto seja raramente comentado. Geralmente, quem levanta questionamentos desta natureza passa uma imagem de hipocrisia ou de preconceito para com o pobre.
O livro virou filme em 2005

    Frases como: “Para que ter dó de um rico? Ele já tem tudo mesmo” ou então “tem que ter dó de mim, que to aqui ‘ralando’ enquanto o pai dá de tudo para ele” são frases rotineiras, comuns. Nossos ouvidos estão acostumados com situações desta natureza, fazendo com que nós não pensemos nos absurdos que saem dessas bocas.
    No filme História De Amor (1970) e no livro Orgulho E Preconceito (1813), podemos ver claramente o distanciamento que a classe social provoca e, podemos ainda, perceber bem como essa barreira não é derrubada conforme o passar dos anos, onde tudo evolui, menos a mente humana quanto ao preconceito social.
    O ciclo de amizades influencia muito na forma como a pessoa pode ver a sua própria situação financeira. Muitos jovens da classe média alta acabam por abrir mão de roupas de marca, restaurantes finos e situação confortável para viver bem com seus amigos de classe média baixa e não ser alvo de piadas maldosas com relação ao dinheiro. Podemos ver um exemplo disso no filme Riquinho (1994), onde o garoto mais rico do mundo gostaria de abrir mão de tudo para poder jogar baseball com seus amigos na rua.
    O contrário também é muito comum, onde um jovem de classe média baixa convive com pessoas em situação financeira mais confortável e passam a se endividar, se alimentar mal e deixar de pagar contas essenciais para se vestir e poder acompanhar a vida de seus colegas. A novela Morde & Assopra (2011) tem como exemplo Guilherme, que finge ter nascido em família rica e é um falso médico.
    O mundo precisa de igualdade, de verdade, de liberdade. Liberdade de ser quem se é.

“Se morre o rico e o pobre, enterre o rico e eu
Quero ver quem que separa o pó do rico do meu
Se lá embaixo há igualdade, aqui em cima há de haver.”
(Gilberto Gil e João Augusto)

Em tempo: Só para mostrar que não estamos do lado de ninguém, aí vai uma curiosidade: Vocês sabiam que a psicóloga do clássico “gente diferenciada” negou sua autoria no termo? Segundo palavras dela para a reportagem do site UOL, em momento algum, ela disse: "Eu não uso metrô e não usaria. Isso vai acabar com a tradição do bairro. Você já viu o tipo de gente que fica ao redor das estações do metrô? Drogados, mendigos, uma gente diferenciada...". Tadinha, alguém deve ter confundido ela, não é? Afinal de contas, que tipo de pessoa usa termos como “gente diferenciada” para definir um ser humano?
Por Débora Ferreira

“Eles têm medo de se socializar”

     O preconceito é um problema enfrentado ao longo dos tempos, sendo ele ocasionado por pessoas que se julgam superiores às outras, considerando a sua opinião sempre a mais importante. Já o preconceito social é motivado por pessoas ricas contra pobres, e vice-versa. Esse tipo de discriminação vem crescendo de uma maneira em que a própria população não nota, sendo o dinheiro, o maior foco dessa desavença. A mídia, na maioria das vezes, apenas retrata o preconceito que a classe mais baixa sofre, classificando-os como pessoas sem honestidade, sem respeito, sem inteligência, e o principal: sem caráter.
E o shopping lotado...
    Mas, é preciso lembrar que os ricos também sofrem diferenças, sendo tratados, muitas vezes,  como fúteis, ignorantes, esnobes e sem sensibilidade com o próximo.
    Os "mauricinhos" e "patricinhas" - termos usados pela própria sociedade - são vistos como pessoas que não se misturam, mas isso nem sempre é a realidade. Existem ricos que também comem o que a maioria come, se vestem iguais ao resto do mundo e são amigos daqueles que não têm a mesma situação financeira. O que ocasiona o preconceito é o fato de não conhecer a pessoa e já a discriminar.
    Na opinião de Jaqueline Brito, 21 anos, o rico não sofre tanto: "Na minha visão, o rico sofre preconceito apenas em algumas situações. Por exemplo: as pessoas com renda familiar inferior [às mais ricas] têm receio de se socializar com os ricos por medo de serem maltratadas. Isso gera um preconceito com eles, por haver diferenças de renda, valores éticos, comportamento e estilo de vida. Ricos e pobres têm importância mútua, merecendo a mesma forma de tratamento diante da sociedade que, por sua vez, precisa parar de ser preconceituosa", afirma.
    Os pobres de hoje em dia, não são como em décadas passadas, principalmente em relação ao comércio. As chamadas classes C e D estão com hábitos de compra muito maiores. Hoje, são eles que também aquecem a economia. Com o crédito facilitado e as taxas de juros baixas, há vantagens em se comprar mais. E as pessoas incluídas nessas classes se esbaldam: compram carros, eletrodomésticos, vestuário com mais facilidade e comodidade, podendo assim ser tratados igualmente com as classes A e B – que têm maior condição financeira.
Por Larissa Ferreira

Patricinhas & Mauricinhos

O significado da palavra Patrícia é aristocrático. O termo patricinha é uma gíria, que define uma mulher (ou garota) bem posicionada financeiramente, com extrema preocupação em se vestir bem, agradar aos outros e exibir sua confortável situação social.
O filme americano Patricinhas de Beverly Hills (1995) deu origem a uma série de tevê e mostra ao público esse grupo social, no qual uma turma de garotas passa seu dia com rotinas fúteis. Existem ainda as socialites (vide Paris Hilton), que continuam a ser patricinhas depois dos 20 anos. Já o termo Mauricinho define um homem (ou garoto) rico, bem arrumado e que gosta de chamar atenção em todos os lugares.
Ambos são tribos urbanas, que, como toda minoria, sofre preconceitos, e devem sim, ser respeitados.
Por Nathaly Ruiz
Burguesinha

      Ela até vai ao cabeleireiro, mas não vai ao esteticista, nem malha o dia inteiro. Mesmo assim, Ligia de Moraes Sousa, 18 anos, ganhou entre os amigos o apelido de burguesinha, mesmo nome da famosa canção de Seu Jorge. Ligia explica o porquê das piadinhas: “A turma me chamava de burguesinha porque eu tinha dinheiro para comprar pão de queijo na cantina e não comia a merenda da escola”, diz.
Caique e Ligia em 2008
      Hoje, Ligia é vendedora numa loja de roupas do centro da cidade e fala que poderia estar cursando uma faculdade se quisesse: “Eu achei melhor esperar. Talvez ano que vem eu faça. Meus pais até teriam condições de me bancar, mas eu queria ter o meu próprio dinheiro”, afirma.
      “No ano passado [2010], meus amigos e eu íamos para uma excursão da escola e eles tiveram que pedir o dinheiro para os pais uns dois meses antes da data-limite para pagar, mas eu pude pedir dois dias antes sem nenhum problema”, conta a jovem que acha que os amigos não tinham preconceito contra a condição social dela: “Eles só brincavam, mas não tinham nada contra mim ou contra pessoas mais bem-sucedidas”.
      Após encher os olhos d'água falando da saudade dos amigos, – o grupo de seis pessoas não se vê há três meses – Ligia explica que tem que voltar ao trabalho: “Já está acabando a hora do meu almoço, tenho que ir”. Ela se levanta, despede-se e sai apressada, fazendo com que o uniforme da loja balance com o vento de um dia frio, atravessa a rua e sorri para sua gerente.

O outro lado: “Minha relação com a Ligia sempre foi das melhores”, afirma Caique Wesley Camargo, 18 anos, sobre sua amiga. “A gente nunca brigou, nem sequer uma discussão”, conta o jovem, que, após se formar no ensino médio na mesma sala de Ligia, trabalha como operador industrial numa fábrica de produtos plásticos.
      Sobre as brincadeiras que fazia com a menina, Caique diz achar que ela não ligava: “Dependendo de quem estava falando e do jeito de falar, talvez ela até se incomodasse, mas não acho que ela se sentia mal”, conta o rapaz que ainda se justifica: “Da minha parte, as brincadeiras nunca foram sérias, afinal, a Ligia sempre foi muito humilde com todo mundo”.
      O operador industrial afirma que não tem preconceito com pessoas mais bem-sucedidas financeiramente: “Tenho receio de me aproximar [dessas pessoas], por que a maioria das pessoas assim – e eu disse a maioria, não todas – tem um jeito meio esnobe, meio ‘nariz empinado’. Eu não gosto e nem tenho paciência com esse tipo de gente”, ressalta.
      O jovem ainda explica que não prestou vestibular porque afirma que isso seria “perda de tempo”: “Eu não teria muitas condições de bancar uma faculdade, mas eu também levei a escola muito na brincadeira, só conversava e não fazia nada, eu me esqueci de estudar... Então, na hora de fazer a prova [do vestibular] eu ia ficar olhando para a folha sem saber o que escrever”.
      Sem encher os olhos d'água, ele diz que também sente falta dos amigos: “O que eu mais tenho saudade na vida é da turma: de vê-los todos os dias, conversar, zoar, rir”, finaliza Caique já em pé e com jeito de apressado: “Vou para a academia agora. Estou atrasado”, diz.
      Ela decidiu trabalhar e não estudar. Ele precisava trabalhar e agora paga a academia. Os dois são amigos e um não tem preconceito do outro. Lição de vida? Sim, lição. Mas lição de amizade.
Por Henrique Belquior

Eles trabalham?

Estamos vivendo os dias das mentes mais abertas da humanidade. Esse está sendo o momento em que as pessoas estão compreendendo ao seu próximo, e dando opiniões com mais argumentos. Mas infelizmente há algumas exceções. Ainda existe preconceito. E um dos conceitos antecipados é do pobre para com o rico.
A classe média alta de uns anos para cá aumentou em 53%, segundo o ex-presidente Lula em sua despedida nacional pela televisão, no final do ano de 2010. Com isso, as universidades particulares receberam mais pessoas da classe baixa. Hoje é possível encontrar na sala de uma faculdade paga mais pobres do que ricos. Grupos se formam, e muitas vezes alunos deixam de falar com seu colega pelo preconceito com jeito dele andar, se vestir, falar e até pelo fato de ter dinheiro.
Até a Madonna lava louça
As expressões “donzela”, “playboy” e “patricinha", que se ouviam em filmes, já são ouvidas mais facilmente no dia-a-dia de um universitário. É muito comum alguns ricos serem chamados de vagabundos, apenas pelo fato de seus pais terem condições. Mas a questão é que uma boa parte desses da classe alta trabalham para pagar sua faculdade. "Meus pais até tem condição de pagar, mas prefiro ‘ralar’”, diz Jéssica, que mora em um condomínio de grande porte. Os seus pais a ajudam, mas ela trabalha para pagar a faculdade e a van. Também já sofreu preconceito por ser rica e diz: "Isso para mim não me sobe, não me desce e nem me cheira mal. Eu sou um ser humano e respeito a todos, assim como tenho que ser respeitada", ressalta.
Pode parecer besteira ao ser levantado esse assunto. Porém devemos entender que assistir um jogo de futebol é diferente de estar jogando. Muitos dizem que os “filhinhos de papai” nasceram com sorte. Mal sabem os faladores das lutas do dia-a-dia enfrentadas pelo pai desse “sortudo” para alcançar a tal sorte. Por isso, eles merecem o respeito e o apoio de todos, independentemente de sua condição social ser alta ou não.
Por Otávio Pavão

Preconceito

      De forma inicial, vamos abordar o fato gerador do preconceito maléfico, pois é normalmente gerado quando existe uma minoria. O preconceito é uma forma de criar um conceito sem a prévia ciência de alguma ideologia, condição, forma etc. Neles estão enquadrados, por exemplo, o preconceito racial, preconceito físico, o preconceito sexual, preconceito de classes e muitos outros.
      Vamos nos ater ao preconceito entre classes, esse preconceito é a forma que mais vemos em nosso dia a dia, diferente do restante das formas preconceituosas, este está oculto dentro de nossa sociedade já que estamos tão acostumados e nada relutantes com essa forma de agressão. Um pouco mais fácil de é o preconceito contra o pobre, o qual existe desde o inicio da sociedade. Um ponto muito complicado de abordar é o inverso, ou seja, a exclusão do rico pelos pobres. Vivemos em uma sociedade ainda muito avalista das condições, isso é imposto desde nossa criação.
      As pessoas de condições financeiras mais conturbadas acabam tendo esse tipo de atitude, como uma forma de defesa e também de rancor. Quando existe esse tipo de exclusão vemos que pode ser um pouco agressiva, muitas vezes gerando até um tema muito abordado como o bullyng, já que entre jovens fica mais aparente essa forma de preconceito, onde muitas vezes sai do controle.
Por Débora Juliano

Os artigos foram escritos pelos alunos Débora Ferreira, Débora Juliano, Henrique Belquior, Larissa Ferreira, Nathaly Ruiz e Otávio Pavão; todos do 1º semestre de Jornalismo da FCA/Ceunsp.

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